17.10.09

:: A CARTA MAIS SINCERA ::

Dizem que o câncer é, numa grande maioria, psicológico. Mágoas, tristezas, rancores, sentimentos ruins, pequenos. Guardar toda essa cólera é uma maneira de envenenar a si próprio. Não quero ter essa droga comigo até o último dia de vida. Tenho certeza que não será salutar deixar essa estricnina comendo, corroendo, aos poucos, como ferrugem em metal velho e úmido.
A gente tem que alimentar, germinar, cultuar e regar, em nossos corações, aqueles sentimentos puros de paz, tranquilidade, amor [principalmente o próprio]. E é isso que quero para minha vida. Aprendi a fazer floscerer esses "good feelings". Minha pele está melhor, garanto.
Então, não vou guardar nada de ruim só para mim. Não posso ser egoísta a tal ponto. Aliás, isso é outra coisa que aprendi, a não ser egoísta. Por isso, vou dividir tudo com você. Derramar por inteiro esse lixo no teu ego inútil, escondido num Castelo Branco, e me libertar. E a partir desse instante, fazer com que saiba, exatamente, o que penso: maldito seja o dia em que cruzou o meu caminho!
Não vou morrer de câncer. Porque não vou guardar os piores sentimentos que carrego sobre você. Asco, nojo, pena. Só isso.
Quando cruzar por mim, pelas ruas, não fará mais aquela cara sonsa que fez a vida inteira, de desentido. Saberá exatamente o que penso ao teu respeito.
Pena.
E um pouquinho de raiva.
Os dois são, talvez, uma combinação perfeita. Para você.

Agora me diz, como é saber que as únicas coisas que conseguiu despertar numa pessoa foram sentimentos negativos?

Carregue essa culpa pelo resto de sua vida.

Sinceramente...

Nenhum comentário: