6.10.09

:: MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO ::

Baseado numa tela, o movimento antropofágico é o culme de uma cadeia de inspirações artísticas. Tarsila do Amaral pinta o Abaporu [que significa "o homem que come", em tupiguarani] a partir de inspirações particulares com a finalidade de presentear o marido Oswald de Andrade. Inspirado na obra fruto da inspiração de Amaral, Andrade escreve o Manifesto Antropófago que se transforma no decreto do Movimento Antropofágico.
Uma manifestação artística que acreditava na antropofagia, não como ela é, mas na maneira que ela representava os processos de construção da cultura brasileira. A metáfora com a antropofogia canibalista se deu porque os "antropofágicos" acreditavam que a cultura brasileira poderia se construir não sendo uma cópia pura do que vinha do exterior [como Europa e América do Norte] e nem do que já estava imbricado na realidade do Brasil [como a cultura afrodescendente, indígena, eurodescendente], mas absorvendo-nas e deglutindo - daí a analogia - para construir uma cultura genuinamente brasileira. Nascida aqui. Não se deve negar ou rejeitar o que vem de fora, mas também não se deve imitar.
O movimento criticava a "elite pensante" da época que vivia uma submissão cultural, só aceitando o que vinha de fora, caracterizando-se como um dos marcos do modernismo brasileiro.



"Devoração cultural das técnicas importadas para reelaborá-las com autonomia,
convertendo-as em produto de exportação."
- Oswald de Andrade -

Nenhum comentário: