30.11.09
23.11.09
:: A DANÇA E O RISO ::
A dança e o riso são as melhores portas, as mais naturais, as mais facilmente acessíveis para entrarmos na não-mente. Se você realmente dançar, o pensamento pára. Você dança sem parar, girando, girando e se torna um redemoinho - todas as fronteiras, todas as divisões desaparecem. Você nem mesmo sabe onde seu corpo termina e onde a existência começa. Você se dissolve na existência e a existência se dissolve em você.
E se você estiver realmente dançando - não controlando a dança, mas deixando que ela o conduza - se você estiver possuído pela dança, o pensamento pára.
O mesmo acontece com o riso. Se você for possuído pelo riso, o pensamento pára. E se você conhecer alguns momentos de não-mente, esses vislumbres lhe assegurarão muito mais recompensas que irão surgir.
O riso pode ser uma bela introdução a um estado de não-pensamento. (1)
No dia em que o homem se esquecer de rir, no dia em que o homem se esquecer de brincar, no dia em que o homem se esquecer de dançar, ele não será mais um homem; ele terá caído para uma espécie sub-humana. A brincadeira o deixa leve, o amor o deixa leve, o riso lhe dá asas.
Dançando com alegria ele pode tocar as estrelas mais longínquas, pode conhecer o próprio segredo da vida. (2)
(1) Osho, A Sudden Clash of Thunder, # 9
(2) Osho, Zatathustra, The Laughing Prophet, # 23
16.11.09
11.11.09
:: LEMINSKIANDO ::
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos pra passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
10.11.09
5.11.09
4.11.09
:: ELIXIR DE VIDA ::
Foi a sensação mais sincera que tive quando senti o primeiro pingo de chuva de hoje. Acho que nunca havia experimentado desse alucinógeno. Não dessa forma. Pura e saudável. Fui levado a momentos de viagens reminiscentes.
Aquele moleque travesso, esperto. Aquela criança feliz. Aquele garoto malandro. Aquele menino que nunca morreu. Que ainda está aqui. Apesar de escondido. Mas não por muito tempo, porque a chuva foi mais esperta que ele e o acordou.
E o tesão de ver que em nada mudou, foi êxtase. Foi à flor-da-pele. Foi além do intrínsico. Estava lá para quem quisesse assitir. Explodi em sete cores que tomaram conta de tudo em volta e fizeram de cada gotícula daquele temporal, um verdadeiro festival matiz, revelando tudo de melhor que estava guardado. A outra face do lado escuro. O sol.
Era mágico. Além da realidade. Meu e de todos.
Era simples. Era puro. Verdadeira auto-entrega.
Era amor. Próprio.