4.11.09

:: ELIXIR DE VIDA ::

Hoje eu tomei um banho de chuva. Era gelada, mas graciosamente aqueceu a alma. Foi uma sensação curiosa. O calor daquela chuva fria esquentou tanto que borbulhava por dentro. Era uma vitamina se consolidando no frenesi de um liquidificador interno. Aquela tormenta de alegria que se instaurou em algum lugar de dentro - que não sou capaz de explicar e, talvez, ninguém de entender - foi tomando conta calada que, quando dei por mim, sua grandeza já era demais para eu segurar e não fui capaz de contê-la. Ao que expludiu num espontâneo sorriso singelo de pura felicidade pacificadora, apesar de incontrolável.

Foi a sensação mais sincera que tive quando senti o primeiro pingo de chuva de hoje. Acho que nunca havia experimentado desse alucinógeno. Não dessa forma. Pura e saudável. Fui levado a momentos de viagens reminiscentes.

Aquele moleque travesso, esperto. Aquela criança feliz. Aquele garoto malandro. Aquele menino que nunca morreu. Que ainda está aqui. Apesar de escondido. Mas não por muito tempo, porque a chuva foi mais esperta que ele e o acordou.

E o tesão de ver que em nada mudou, foi êxtase. Foi à flor-da-pele. Foi além do intrínsico. Estava lá para quem quisesse assitir. Explodi em sete cores que tomaram conta de tudo em volta e fizeram de cada gotícula daquele temporal, um verdadeiro festival matiz, revelando tudo de melhor que estava guardado. A outra face do lado escuro. O sol.

Era mágico. Além da realidade. Meu e de todos.

Era simples. Era puro. Verdadeira auto-entrega.

Era amor. Próprio.

Nenhum comentário: