Era hora de ir para a cama e o Gatinho se agarrou firme nas pequenas orelhas do Gato Pai.
– Adivinha o quanto eu te amo? – disse ele.
– Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar – respondeu o Gato Pai.
– Tudo isso! – disse o Gatinho, esticando seus humildes braços de criança o máximo que podia.
Só que o Gato Pai tinha os braços mais compridos. Disse assim:
– E eu te amo tudo isto!
Huuum! Isso é um bocado, pensou o Gatinho.
– Eu te amo toda a minha altura – disse o Gatinho.
– E eu te amo toda minha altura – respondeu o Gato Pai.
Puxa, isso é bem alto, pensou o Gatinho. Eu queria ter os braços compridos assim. Então o Gatinho teve uma boa idéia. Virou-se de ponta cabeça, apoiando as patinhas na árvore.
– Eu te amo até as pontas dos dedos de meus pés!
– E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés - disse o
– Eu te amo a altura desse galho! - riu o Gatinho subindo no galho de árvore mais baixo, pois era até onde ele conseguia.
– E eu te amo a altura da copa dessa árvore! - riu também o Gato Pai, subindo até o último galho da árvore, tão alto que seus bigodes balançavam com o vento.
– Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio – gritou o Gatinho.
– Eu te amo até depois do rio. Até lá nas colinas – disse o Gato Pai.
É uma bela distância, pensou o Gatinho.
Ele estava sonolento demais para continuar pensando. Olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite. Nada podia ser maior do que o Céu.
– Eu te amo ATÉ A LUA! – disse ele já fechando os olhos.
– Puxa, isso é longe! – disse o Gato Pai. – Longe mesmo!
O Gato Pai deitou o Gatinho na sua caminha de folhas. Inclinou-se para lhe dar um beijo de Boa Noite e sussurrou em sua pequena orelhinha.
– Eu te amo até a lua... IDA E VOLTA!
7.2.10
:: THE BEST TIME OF ALL ::
Por
Leco
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Reminiscências
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