28.11.08

:: ENCONTRE-ME NOS SONHOS ::

Sonhar, para mim, sempre foi uma grande aventura. Essa minha instância onírica é o grande ponto de encontro com o outro lado.

Acredito em toda a espiritualidade, toda essa questão de energias que fluem positiva ou negativamente, deuses guardiões. Sou muito místico e aprendi a permitir esse lado conversando com uma tia. Ela também tem essa relação, digamos, íntima, com o sobrenatural através de sonhos e, em função de suas histórias, comecei a prestar atenção nos meus sonhos. Parece que, aí, derrubei barreiras e abri o canal.

Tive mais uma prova disso essa noite.

Uma amiga minha faleceu há três meses. Ela já estava doente há muito tempo e foi para o Rio fazer o tratamento. Seu mal foi o câncer e, em decorrência disso, submeteu-se a severas sessões de quimioterapia. Infelizmente o corpo não resistiu.

Ela era um ser grandioso. Mulher. Aprendi a prestar atenção na minha espiritualidade também com ela, pessoa a quem confessei as coisas mais importantes da minha estrada. Perde-la foi um choque. E ainda dói. Porque, enfiado nessa vida louca de faculdade – na época eu ainda estudava – trabalho, estágio, a vida foi passando, o tempo, os dias, os meses. Poucas foram as vezes que eu consegui conversar. Ligar. A última, se não me falha a curta memória, foi poucos dias antes do Natal, quando liguei para desejar Boas Festas. Lembro exatamente suas palavras de esperança. Depois disso o tempo correu. Tentei contato, claro! Mas não conseguia falar. Mandei mensagens. Confesso que fui ausente.

Não há um só dia que eu não tenha um flash-black. Uma vitrine com as novas tendências, um caso do acaso, um óculos lindo, um scarpin, um capítulo de Sex and the City. A confusões do dia-a-dia, as comédias da vida. Tudo me leva a ela.

Ontem, andando pela rua, voltando para casa, sua imagem me veio em mente. Pensei: você podia vir falar comigo pelo sonho, que tal? Passou.

Casa. Banho. Internet. Sex and the City. Cama. Sono. Sonho.

Eu estava na loja da minha prima, onde estou praticamente todos os dias. Ela apareceu. No sonho, por acaso. Abraçou-me tão sinceramente, da mesma maneira como me abraçou quando fiz a minha primeira confissão. Disse que estava com saudade. Que já tinha tentado me ligar. Estava linda, como sempre. Foi surpreendente.

Surpreendente da mesma maneira como descobri a sua passagem. Foi em meio a um turbilhão.

Minha vó faleceu em seis de setembro de dois mil e oito. Um sábado à tarde.

Na quinta-feira anterior, eu havia sonhado com Martha. No jardim da minha casa. Ela, sorrindo ao lado das duas filhas. Uma, a Renata, grávida.

Enquanto viva em carne, Martha sempre falara que não aceitaria bem uma gravidez precoce de suas filhas. Porém, no sonho, ela estava feliz com o nascimento daquele bebe.

Acordei, na sexta, entrei em contato com a Renata e pedi notícias de sua mãe.

No sábado – seis de setembro – recebi a resposta. “Ela estava muito doente e faleceu”. Um soco.

Mas, como eu estava anestesiado por conta do falecimento da minha avó, a ficha não caiu. Lamentei, mas não me desesperei, pelo contrário, lisonjiei-me.

Ora, ela veio me avisar que tinha partido. E, mais: que havia aceitado aquele nascimento – no sonho, representado pela gravidez da Renata.

Ela havia nascido denovo. Estava muito doente e sacrificada. E veio me contar. Ainda mais, buscou contar-me enquanto eu estava envolvido naquela confusão de vida-morte-vida. Se não fosse assim, eu saberia no dia exato do meu aniversário – mesmo dia do aniversário dela. Procuraria para desejar parabéns e...

É gratificante demais saber que fui importante pra ela, porque ela marcou a minha vida, a minha história, o meu tempo.

É gratificante saber que eu tenho um canal de comunicação.

É gratificante. E confortante.

3 comentários:

Unknown disse...

o que conversamos no outro dia???

vão-se os corpos mas os sonhos permanecem....

Além do que matar saudade de alguem querido (a) é sempre muito bom!!!!

Anônimo disse...

Bom, amo compartilhar desta tua energia...rs

Adoro ver e saber que você cada vez mais evolui...e que sempre você tem as respostas, não importa o tempo que leve para elas aparecerem...

Léo, tudo o que construimos com amor e pureza permanece acima de tudo...Tenhas certeza que sua amiga reconhece este sentimento.

Acredito que nada é por acaso, só pessoas preparadas tem oportunidades como esta. Que seu caminho cresça e evolua cada vez mais.

Beijos!
Tô com saudade, pôxa!

Leco disse...

sassá e vinny...

foi supreendente, gente!

uma experiência surreal.

eu nem tenho mais o que falar sobre.

eu não imaginava que merecia tanto.
mesmo.

beijos.