15.2.09

:: ENSAIO SOBRE O AMOR DE Nº I - BALELA ::

As vezes acho que a gente vem ao mundo somente para aprender a ficar sozinho.
Um ensaio para a morte.
Um treino para a solidão.

Tantos amores e sempre só.
Nenhum.
Nunca.

Isso é uma bobagem.
Uma grande ironia.

E a máscara para isso?
O riso, claro!

Ele é o deboche da vida! Essa felicidade mascarada que a gente vive.
Essa alegria falsa de todos os dias.
Não se iluda.

Todo mundo está aqui para tomar essa cicuta.
Isso é mentira.
Balela.

Vamos debochar de toda essa porcaria, então.
Vamos fingir que tudo é verdade.

Com aquele sorriso de canto de boca.
Vil.

Vamos fingir que os amores existem.
Fechar os olhos para a verdadeira face deles.
Sarcásticos amores.
Interesse mascarado.

Pedantes.

Mas não esqueçamos que são quimeras.
Tudo uma quimera.
Que merda!

Amar é uma troca de interesse.
Até o amor próprio.
Que é você interessado nos seus próprios sentimentos de auto-ajuda.

É você interessado na sua fragilidade.
Provando a si mesmo que é capaz de amar alguém.
E que é amado.
Tolice.

Você vai ver.
Quando chegar o fim do jogo, estarás sozinho.
Sem amor. Sem ninguém.

Verás que tudo não passou de charlatanismo.
Que a vida te enganou.

Pode ser que a dor seja menor.
Pode ser que não.

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