26.2.09

:: A JOGADA ::

“Simbolicamente, a carta está relacionada ao desconhecido, ao que não foi ainda revelado, e o fato de vir fechada e termos de abri-la corresponde aos dois momentos de involução e evolução, aos dois aspectos esotéricos e exotéricos do conhecimento, à alternância do segredo e da revelação do não-manifesto e do manifestado. [...] Em nosso cotidiano somos envolvidos por inúmeras situações onde o segredo ou o conhecido se faz presente.”
“[...] onde um corte brusco, um rompimento ou uma perda se faz necessária para que haja um crescimento. [...] A palavra crise, sem o ‘s’, resulta em ‘crie’ – apelando para a inovação, convocando-nos a sair da inércia, a abandonar o script de vítimas ou mártir e assumir o papel de líder, de guerreiro vitorioso. A transformação é um exercício contínuo de desapego e flexibilidade que nos conduz ao crescimento.”
“É ela que nos faz enfrentar desafios com otimismo, levando-nos a estar sempre abertos às oportunidades que o mundo nos oferece. [...] Os aspectos fixos e desenvolvidos da personalidade impedem ou bloqueiam as mudanças, pois são sólidos, estabelecidos e certos em sua correção. Somente a condição original – indefinida, fresca e vital, mas vulnerável e insegura –, simbolizada pela criança, está aberta ao desenvolvimento e, portanto, viva!”

19.2.09

:: ENSAIO SOBRE O AMOR DE Nº III - LEMINSKIANDO ::

Vou parafrasear a Adriana Calcanhoto, quando anunciou que estava fechando uma trilogia de discos.

Quando eu redigi o primeiro texto sobre amor, estava descrente. Foi um momento. Só que eu percebi que não seria um filho único, porque se tornou um promogênito quando senti a necessidade de escrever novamente sobre o mesmo tema. Então resolvi assumir uma mini-trilogia e fazer um olhar sobre o amor, em três momentos.

Eis, que de repente, deparo-me com o fabuloso Leminski. Ele diz:

"Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima."
Pronto, acabei a trilogia.
Não preciso dizer mais nada. Fecho o ferrolho.
Só espero que a ânsia de falar de amor não continue.
Senão, deixa de ser uma fina trilogia, para ser um filme do Rocky.
Quatro, cinco, seis...

17.2.09

:: ENSAIO SOBRE O AMOR DE Nº II - SINAIS ::

Brincar de ser contraditório é maneiro.

Vamos lá!

Já que o amor existe, façamos uma revolução!

"PELO AMOR COMO CURRÍCULO ESCOLAR"

Que tal se as escolas começassem a ensinar sobre o amor?
Sairíamos de lá letrados. Ou não.
Eu não sei nada sobre ele. Roubaram isso de mim. [Risos. Aquele sarcástico, de canto de boca!]

Confesso que preciso saber amar e saber deixar alguém me amar.

Porque, não é possível!

Eu sempre fui bom nas disciplinas subjetivas. E essa coisa de amor é tão subjetivo. Era para eu me dar bem nessa.

A não ser que ele seja uma ciência exata, onde um e um são dois. Dois e dois, quatro. 4 + 4 = 8.
Aí já deixou de ser amor e virou suruba.

Sei não.

Agora, se Drummond estiver certo quando disse:

"Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida,
mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Ou às vezes encontram
e por não prestarem atenção nesses sinais,
deixam o amor passar"?

Que porra de sinais são esses?

Eu não aprendi isso na escola!
Mas, lutemos!
Perseverança!
Quem sabe a próxima reforma não seja na língua portuguesa e, sim, no currículo escolar.
Nunca se sabe. Porque quando se fala de amor, tudo vale a pena!

15.2.09

:: ENSAIO SOBRE O AMOR DE Nº I - BALELA ::

As vezes acho que a gente vem ao mundo somente para aprender a ficar sozinho.
Um ensaio para a morte.
Um treino para a solidão.

Tantos amores e sempre só.
Nenhum.
Nunca.

Isso é uma bobagem.
Uma grande ironia.

E a máscara para isso?
O riso, claro!

Ele é o deboche da vida! Essa felicidade mascarada que a gente vive.
Essa alegria falsa de todos os dias.
Não se iluda.

Todo mundo está aqui para tomar essa cicuta.
Isso é mentira.
Balela.

Vamos debochar de toda essa porcaria, então.
Vamos fingir que tudo é verdade.

Com aquele sorriso de canto de boca.
Vil.

Vamos fingir que os amores existem.
Fechar os olhos para a verdadeira face deles.
Sarcásticos amores.
Interesse mascarado.

Pedantes.

Mas não esqueçamos que são quimeras.
Tudo uma quimera.
Que merda!

Amar é uma troca de interesse.
Até o amor próprio.
Que é você interessado nos seus próprios sentimentos de auto-ajuda.

É você interessado na sua fragilidade.
Provando a si mesmo que é capaz de amar alguém.
E que é amado.
Tolice.

Você vai ver.
Quando chegar o fim do jogo, estarás sozinho.
Sem amor. Sem ninguém.

Verás que tudo não passou de charlatanismo.
Que a vida te enganou.

Pode ser que a dor seja menor.
Pode ser que não.

4.2.09

:: AUTÊNTICO ::

E com o tempo eu fui aprendendo que o homem se torna autêntico quando aprende que a solidão não é um fardo, um peso, uma pedra, um espinho, uma cruz... Mas o preço do compromisso com a sua própria liberdade.

E é aí que a gente aprende como é bom ser livre.