31.10.09
:: DA MAGIA À SEDUÇÃO ::
29.10.09
28.10.09
:: INFÂNCIA ::
Mas a imaginação de uma criança flui e não procrastina. Sempre em perfeita harmonia com o mundo do “tudo pode”, ela começa a buscar quais as maneiras de realizar os seus desejos. É um processo, praticamente, de pesquisa empírica sobre a realidade da fantasia – apesar do paradoxo. Lança olhares de rapina na esperança, sempre, de encontrar os meios para a realização dos desejos, pois, mesmo criança inocente, já percebe que aqui – no mundo dos homens grandes – sem dinheiro não dá. É um discurso rotineiro que vai construindo a muralha no mundo sem limites de um infanto: “hoje não pode porque mamãe está sem DINHEIRO”, “ mês que vem você ganha, porque papai já vai ter DINHEIRO”. Dinheiro, dinheiro, dinheiro.
Trocador de ônibus passa a ser uma opção, afinal ele recebe muitas moedas de todos e ainda guarda as notas mais altas com ele. Enquanto em casa, encher o cofrinho é bem mais difícil. Os caixas de supermercado também não ficam atrás. São ótimas oportunidades. Os donos de bancos, poxa! Eles têm maquininhas que é só apertar que sai dinheiro! Que vida maravilhosa! Santa inocência de infância! Talvez até o político poderia entrar nesse rol, porque eles também ficam com o dinheiro de todo mundo, mas de uma maneira nada lícita. E, além do mais, é melhor não induzir crianças a seguirem por esse caminho.
No entanto, no processo natural das coisas, a inocência começa a se desfazer e dá lugar a uma crença de que a realidade não é tão simples assim. Os castelos desmoronam, o mundo da fantasia, que é tão mais tragável, começa a ficar seco, acre, azedo. A gente passa de esperto sonhador, de puro inocente, a um áspero adulto.
Descrente, por vezes, de toda aquela perfeição. Desestimulado de sonhar como criança. Desacreditado de tudo. Envolvido nessa realidade cruel do mundo. Mergulhado numa rotina estressante de dia-a-dia.
“Aproveite enquanto o sonho é grátis!”
26.10.09
:: MOMENTO MUSICAL ::
"[...] Quem quer morrer de amor se engana
Momentos são momentos, drama
O corpo é natural da cama
Vou caminhar um pouco mais atrás da lua
Vou caminhar um pouco mais atrás da rua
Mas tudo voa por aí
Na asa do avião
No bico de um pássaro daqui
Mas tudo gira, ai de mim
A bola e o pião [...]"
De Luiz Melodia, mas por Gal Costa.
20.10.09
:: GAL COSTA ::
17.10.09
:: A CARTA MAIS SINCERA ::
A gente tem que alimentar, germinar, cultuar e regar, em nossos corações, aqueles sentimentos puros de paz, tranquilidade, amor [principalmente o próprio]. E é isso que quero para minha vida. Aprendi a fazer floscerer esses "good feelings". Minha pele está melhor, garanto.
Então, não vou guardar nada de ruim só para mim. Não posso ser egoísta a tal ponto. Aliás, isso é outra coisa que aprendi, a não ser egoísta. Por isso, vou dividir tudo com você. Derramar por inteiro esse lixo no teu ego inútil, escondido num Castelo Branco, e me libertar. E a partir desse instante, fazer com que saiba, exatamente, o que penso: maldito seja o dia em que cruzou o meu caminho!
Não vou morrer de câncer. Porque não vou guardar os piores sentimentos que carrego sobre você. Asco, nojo, pena. Só isso.
Quando cruzar por mim, pelas ruas, não fará mais aquela cara sonsa que fez a vida inteira, de desentido. Saberá exatamente o que penso ao teu respeito.
Pena.
E um pouquinho de raiva.
Os dois são, talvez, uma combinação perfeita. Para você.
Agora me diz, como é saber que as únicas coisas que conseguiu despertar numa pessoa foram sentimentos negativos?
Carregue essa culpa pelo resto de sua vida.
16.10.09
:: WARHOL E A BÍBLIA ::
:: MOMENTO MUSICAL ::
"Eu sei quanta tristeza eu tive, mas mesmo assim se vive, morrendo aos poucos por amor.
Eu sei, o coração perdoa, mas não esquece à toa e eu não me esqueci.
[...]
Me senti sozinho, tropeçando em meu caminho, à procura de abrigo. Uma ajuda, um lugar, um amigo.
[...]
Animal ferido, por instinto decidido."
15.10.09
:: SEX AND THE CITY ::
14.10.09
:: CAZUZA ::
:: GUERRA DE CONCEITOS ::
Há algum tempo duas palavras vêm me incomodando. Fidelidade e Lealdade. Hora e outra cruzam-se, travando, em mim, uma luta ferrenha no campo da capacidade intelectual e emocional de compreender coisas, fatos e conceitos. Não consigo chegar a uma relação de paz entre elas, simplesmente por não conseguir distingui-las ou separa-las.
Fui tentar uma coisa técnica. Busquei no dicionário seus respectivos significados. Mas um me levava ao outro. Ser leal é ser fiel que para sê-lo é preciso lealdade. Caí numa tautologia viciosa.
Penso que não dá para dissociá-las. Estar na fidelidade é, automaticamente, ser uma pessoa leal. Estar na lealdade é, automaticamente, ser uma pessoa fiel.
Você pode ser fiel sem ser leal?
Você pode ser leal sem ser fiel?
Já ouvi discursos de pessoas que dizem separar esse joio do trigo. “Acredito na lealdade, não na fidelidade”. Como? Confesso, sincero, que não sou tão evoluído assim. Hoje, tudo se separa, dissolve e talvez pelo meu “quê” tradicional, ainda não tenha conseguido adaptar-me a essa nova forma de fidelidade e lealdade. Assim, tão separadas.
:: FRASE ::
13.10.09
12.10.09
:: REIFICAÇÃO ::
Reificação [substantivo feminino]: 1. considerar algo abstrato como coisa material; 2. representar o ser humano como objeto físico privado de qualidades pessoais ou de individualidade; "de acordo com Marx, considerar o trabalho como uma mercadoria (commodity) exemplifica a reificação do indivíduo"; 3. transformar o homem ou algo em coisa - objeto de consumo.
:: WHY ME? ::
Por que, quando vem para o amor, temos a mania pessimista de não acreditar nas declarações sentimentais que os outros expressam a nós? Pergunta-se sempre: "Why me?"
Como uma maldição, estamos sempre armados contra o amor. Ser descrente tornou-se característica na atualidade. Parece uma síndrome pós-moderna.
Falando em pós-modernismo, o que virá depois?
Antiguidade. Modernismo. Pós-Modernismo.
Tenho medo do "time-after".
Talvez seja a tal bonança que dizem vir após a tempestade.
11.10.09
:: FRASE ::
10.10.09
:: VICKY CRISTINA BARCELONA ::
Vicky Cristina Bracelona um filme de Woody Allen, com uma fotografia quente e um roteiro excitante. Algo pretensioso, romântico, maluco e desproporcional. Como todo relacionamento.
"Muitas pessoas desejam mais da vida
9.10.09
:: PARIS ::
Tudo sentado numa mesa, olhando, à frente, la Tour Eiffel.
Paris é linda!
:: À CULPA - FERNANDA YOUNG ::
Você diz que eu não me importo com você, quando todos sabem que pagar tudo que lhe devo é uma das minhas principais preocupações. Pergunte às minhas amigas: falo de você quase todo dia. De como sinto o coração apertar sempre que me lembro do que você significou em minha vida.
Curioso que, desde que nos conhecemos, você causa em mim essa sensação de estar deixando de cumprir algum compromisso que assumi. Acho que é a maneira como você franze as sobrancelhas quando olha para as pessoas; parece que está constantemente querendo nos lembrar de alguma coisa importante que esquecemos.
Desculpas, Culpa, mas fiquei magoada com sua idéia a meu respeito e gostaria de, mais uma vez, deixar claro que não quero me eximir de você. Mesmo que quisesse, seria impossível, psicologicamente falando. Estamos ligadas para sempre, eu e você, por mil motivos: passamos a infância juntas, fomos colegas no colégio católico, éramos inseparáveis na adolescência.
Enfim, sou incapaz de te esquecer, mesmo quando tento. Tudo me lembra você: as frutas que não como, as ligações que não faço, o remédio que não tomo, a saudade que não sinto.
Tem um livro, Culpa, que me recorda bastante você: O PEQUENO PRÍNCIPE. É lá que está escrito que nós nos tornamos responsáveis por aquilo que cativamos. Acredite, jamais negaria a minha responsabilidade sobre o nosso relacionamento. E fico penalizada de saber que você está assim, tão terrivelmente decepcionada comigo. Faço o que posso, você precisa entender.
Jurei que ia te visitar e vou, assim que for possível. Parece mentira esfarrapada, mas, com o passar dos anos, tenho estado com menos tempo disponível para eventos familiares. E você, Culpa, eu já considero da família.
Com certeza, vamos nos ver durante o Natal. Que, para mim, é quase um sinônimo da sua chegada. Senão, fica para o réveillon, quando provavelmente nos encontraremos na hora dos fogos. No máximo, depois do Carnaval - adoro dividir com você as besteiras que faço quando bebo, e me fazem falta seus sábios conselhos.
Calma, não me esqueço do seu aniversário, que se aproxima - é que não sei se poderei ir. Ausência que doerá mais em mim do que em você, pode acreditar. Mas é que estou de dieta, e suas festas, cheias de tentações deliciosas, engordam-me quilos.
Culpa, sei que parece que estou fugindo de você, mas se há um pecado que não cometo é o da injustiça. Carregaria você nos ombros, se você sobrasse para mim, somente. Mas nunca faltarão consciências, por aí, para arcar com você, se isso for necessário.
Tivemos nosso tempo juntas, e agora os anos colocaram distância entre nós. Sinto você aqui comigo, entretanto, neste exato momento. Só que você não é minha nem eu sou sua.
Melhoras, Fernanda Young
7.10.09
:: SEX AND THE CITY ::
6.10.09
:: MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO ::
:: DISCURSO ANTI-TECNICISTA ::
Certas horas fico com pena desses amigos, envenenados pelo mal orkutiano, estão com parte de suas memórias defasada, por falta de exercício. Deixaram a cargo do Orkut – o novo Pai Maior – o trabalho de lembrar a existência de um mundo fora da esfera cibernética. Computadores como extensão do corpo humano [profecia de McLuhan]. Mas deles, não tenho raiva, nem mágoa. Pode soar clichê, ou até anos 90 demais, mas é que ainda acho tão mais romântico aquela coisa de anotar na agenda, policiar-se para não cometer a falta de esquecer o aniversário de um amigo, poder pegar o telefone e ligar desejando tudo de bom. É tão mais íntimo, significativo, do que aquele scrap frio, azul, superficial.
O Orkut fez uma Lobotomia geral. Anestesiou a massa e a levou a um estado de baixa reatividade.
5.10.09
1.10.09
:: ALINE ::
"A falta de dinheiro é a melhor cura para as neuroses.
Quando você fica sem dinheiro,
não pensa em neurose nenhuma,
só na falta de dinheiro."
- Aline -
:: ADIVINHAÇÃO ::
Adivinhação. Já experimentei a grande maioria. Sempre fui desses que quis saber do futuro. Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante, tarô. Eu sempre perguntei o que seria o amanhã, a minha vida, o meu destino. Mas cansei. É sempre o mesmo discurso.
De tudo isso, só aprendi que consultar jogos adivinhatórios é como comprar um livro e abrir na última página para saber o final. Se for interessante, lê-se. Caso não, desisti-se. Só que fazer isso com os fatos da vida é deixar de viver as experiências, de cometer os erros, de viver as tristezas e as felicidades, de aprender, enfim. Fatalmente, essas são peças chaves para construir a história de cada um.